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sábado, 15 de agosto de 2015

O CANTO DO IRAPURU - O canto que encanta


Certo jovem, não muito belo, era admirado e desejado por todas as moças de sua tribo por tocar flauta maravilhosamente bem. Deram-lhe, então, o nome de Catuboré, flauta encantada. Entre as moças, a bela Mainá conseguiu o seu amor; casar-se-iam durante a primavera.
Certo dia, já próximo do grande dia, Catuboré foi à pesca e de lá não mais voltou.
Saindo a tribo inteira à sua procura, encontraram-no sem vida à sombra de uma árvore, mordido por uma cobra venenosa. Sepultaram-no próprio local.
Mainá, desconsolada, passava várias horas a chorar sua grande perda. A alma de Catuboré, sentindo o sofrimento de sua noiva, lamentou-se profundamente pelo seu infortúnio. Não podendo encontrar a paz, pediu ajuda a tupã. E este, então transformou alma do jovem no pássaro irapuru, que, mesmo sem muita beleza, possui um canto maravilhoso, semelhante ao som da flauta, para alegrar a alma de Mainá.
O cantar do irapuru ainda hoje contagia com seu amor os outros pássaros e todos os seres da natureza.


Por: Walde-Mar de Andrade e Silva. Lendas e mitos dos índios brasileiros. São Paulo: FTD, 1997. p.28 

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